Estudo alerta que fata de políticas ambiciosas não maximiza benefícios da transição energética
Da Agência CanalEnergia
Relatório Global de Status Renewables 2019 da REN21 mostra que pelo quarto ano consecutivo, a capacidade adicional de energia renovável que foi instalada é maior do que aquela proveniente de combustíveis fósseis e de energia nuclear combinados. Apenas de energia solar fotovoltaica foram adicionados 100 GW em 2018, o suficiente para atender a mais de 25% da demanda de eletricidade na França.
O documento também alerta que a falta de políticas ambiciosas e constantes para impulsionar a descarbonização nos setores de aquecimento, resfriamento e transporte indica que os países não estão maximizando os benefícios da transição para sua população, incluindo ar mais limpo e segurança energética. Segundo o documento, a energia solar fotovoltaica e eólica agora são opções comumente usadas. Mais de 90 países tinham mais de 1 GW de capacidade de energia renovável instalada e 30 países tinham mais de 10 GW. Pelo menos nove países geraram mais de 20% de sua eletricidade com energia solar fotovoltaica e eólica. Os países são: Dinamarca, Uruguai, Irlanda, Alemanha, Portugal, Espanha, Grécia, Reino Unido e Honduras.
Outro ponto identificado é que a introdução global de energia renovável não depende mais de apenas alguns países. Em 2018, a implantação global de energias renováveis manteve um ritmo constante, em geral, com a expansão da União Europeia subindo ligeiramente e as instalações e investimentos anuais da China diminuindo em comparação ao ano anterior. Isso mostra que a energia renovável é uma forte tendência global.
Há ainda uma enorme oportunidade para os países impulsionarem ações expandindo a transição para os setores de aquecimento, resfriamento e transporte. As energias renováveis fornecem mais de 26% da eletricidade global. Porém, elas fornecem apenas 10% da energia utilizada para aquecimento e resfriamento e pouco mais de 3% para o transporte. Este desequilíbrio entre os setores da energia deve-se, em grande parte, ao apoio insuficiente ou instável das políticas existentes. O número de países com políticas para energias renováveis, na verdade, diminuiu.
O relatório também mostra que veículos elétricos e as políticas de economia de combustível estão reduzindo a dependência geral de combustíveis fósseis no setor de transporte. Políticas arrojadas, como o mandato de mistura de 27% do Brasil para etanol e o Programa de Combustível de Baixo Carbono da Califórnia, demonstram a contribuição das renováveis para o setor de transporte.