Equinor mantém investimentos em Petróleo e Gás no Brasil e quer explorar o mar para gerar energia

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Postado em 2 de junho de 2020 | 17:06

A participação serena e focada em negócios do vice-presidente da Equinor, Paulo Van der Ven, dominando o assunto, foi um dos destaques do Seminário On Line da Fundação Getúlio Vargas. Van der Ven apresentou uma empresa ágil nas decisões, que sofreu como todas as outras, mas mostrou velocidade e assertividade nas respostas. Mesmo com prejuízo superior a US$ 700 milhões no primeiro trimestre, a companhia bateu seu recorde de produção diária globalmente e tem planejamentos para crescer 3% de sua produção até 2030. A companhia mostrou seu apetite para investimentos em renováveis com destaque para geração offshore, que já tem experiência na Europa.  Veja a íntegra da participação do vice-presidente da Equinor no Webinar:

“O contexto está muito bem estabelecido. Enfrentamos uma crise global sem precedentes. Uma pandemia, conjuntamente uma crise econômica. O setor de óleo e gás, globalmente, é um dos mais afetados, sobretudo por enfrentar o baixo preço das commodities. Assim como as grandes operadoras divulgaram seus resultados no primeiro trimestre, a Equinor também o fez, com os dados obviamente impactados por este crise. Mas também há algumas perspectivas de médio e longo prazos que são importantes de ressaltar.  De recuperação e de projeções futuras positivas.

Campo de Peregrino

Campo de Peregrino

O resultado  da Equinor no primeiro trimestre trouxe um prejuízo líquido da ordem de US$ 710 milhões. Porém, mesmo no meio dessa pandemia, dessa crise, conseguimos bater nosso recorde de produção, como 2,23 milhões de barris equivalentes por dia, em média, no primeiro trimestre. Obviamente, os preços não ajudaram a ter um resultado positivo. Mas nós também mantivemos a projeção de crescimento anual de cerca de 3% da produção até 2026, o que nos dá uma perspectiva melhor de longo prazo.

Olhando o nosso portfólio global, ao entramos nessa crise, nós tivemos que fazer, assim como as grandes empresas, uma revisão do nosso plano de investimentos. Anunciamos há um tempo atrás, em março, uma redução da ordem de US$ 3 bilhões do nosso Capex, o que representa 20% do total para 2020. Para chegar nesse compromisso, tivemos que revisar nosso portfólio de projetos, já em produção, em desenvolvimento, orojetos ainda não sancionados e a totalidade do nosso portfólio exploratório.

Já são US$ 400 milhões de redução nas atividades de exploração previstas. Já paralisamos todas as atividades de perfuração onshore, nos Estados Unidos, e adiamos um projeto no Canadá. Para perspectiva Brasil, fica muito importante a reflexão de que, em todos esses anúncios, não foi comunicado nenhum cancelamento ou adiamento  dos nossos compromissos no país.

APODI- CEARÁ

APODI- CEARÁ

O portfólio brasileiro é extremamente atraente, promissor, mas obviamente o regime regulatório para futuros leilões e os blocos já concessionados, para que seja competitivo, cada bloco, cada campo, compete com os portfólios internacionais da empresa, como é o caso da Equinor. Nós temos o campo de Bacalhau, que está por vir em nosso pipeline de projetos. Nós temos o BM-C-33 [Pão de Açúcar], um ativo world class que também não teve nenhum efeito negativo em seu cronograma até o momento. E mesmo durante essa crise, seguimos com a instalação da terceira plataforma fixa, que chamamos de Peregrino Fase 2, no Campo de Peregrino.

Os nossos compromissos se mantiveram no Brasil e, no meio de uma crise como essa, é importante olhar um pouco para o futuro e calibrarmos melhor a nossa estratégia e as nossas visões. Vemos que a nossa estratégia para o Brasil para 2030 não foi alterado. Nosso compromisso com o Brasil não foi alterado, mas é muito importante o desenvolvimento do portfólio que nós temos, como torná-lo ainda mais competitivo. O preço do petróleo deve permanecer baixo por mais tempo. Sobretudo os blocos já concessionados para desenvolvimento precisam ser competitivos para que possam seguir adiante.

Nós também tivemos alguns impactos na nossa produção e no nosso desenvolvimento atual aqui no Brasil. Nós não estamos produzindo no momento no campo de Peregrino, porém isso não está relacionado diretamente a crise do coronavírus. Mas nós temos que enfrentar esse desafio em um momento de crise, o que é muito mais difícil do que em tempos normais ou em tempo de paz, digamos assim. É muito importante a ação efetiva em uma gestão de uma crise com esta. A Equinor, já no dia 4 de março, estabeleceu um time de continuidade de negócios, o qual tenho prazer de liderar pela Equinor Brasil, para poder gerenciar esta crise, dividindo a abordagem no médio e longo prazos, para que possamos vislumbrar que, no longo prazo, a direção permanece inalterada. Mas ajustes, obviamente, são necessários, e os estímulos para a competitividade, são muito importantes.”

– Como ficam os investimentos da Equinor em renováveis frente ao cenário de petróleo, que caiu substancialmente?

Os investimentos em renováveis para Equinor são muito importantes. Nós fizemos um anúncio, há tempos atrás, que de 15% a 20% dos investimentos da companhia, no Capex total, seriam em renováveis. E nós vamos atingir esse percentual antes do previsto, o que é muito positivo. Essa crise ainda não afetou nenhuma projeção de investimentos nessa área na Europa e nem no Brasil. No mundo e aqui no Brasil não é diferente. Nós temos um foco muito grande em eólica offshore. E obviamente isso é por nossa experiência e competência neste regime offshore, onde nós podemos trazer as atividades de petróleo e gás para atividade eólica. Essa área tem muito potencial no Brasil.

MAR DO NORTE

MAR DO NORTE

 

Nós temos também muito orgulho de ter o primeiro projeto de energia solar no Brasil,  do portfólio global da Equinor, que é o Apodi, no Ceará. É o nosso primeiro projeto de energia solar no país e temos perspectivas para muito mais. Tanto no solar quanto na eólica offshore. Aliás, o aprimoramento do regime regulatório nacional passa por isso também – pela regulamento do regime para eólica offshore no Brasil, que é extremamente importante. No mundo já temos três campos em operação e temos novos projetos, principalmente no Mar do Norte, no lado no Reino Unido. Mas também investimentos na Alemanha, Polônia e Estados Unidos. O Brasil tem muito potencial, que nós queremos explorar. Mas passa por isso um memorando de entendimentos que temos nesse setor, com a própria Petrobrás, para explorar a oportunidade  no Brasil”

Fonte: Brazil Modal.