Desenho de mercado vai forçar lançamentos de turbinas eólicas, diz Wood Mackenzie

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Relatório mostra que despesas de P&D dos dez maiores fabricantes mundiais chegou a € 1,6 bilhão em 2018

Da Agência CanalEnergia 

Relatório produzido pela Wood Mackenzie Power & Renewables mostra que as despesas de Pesquisa & Desenvolvimento das dez maiores fabricantes de turbina eólicas no mundo mais do que dobraram nos últimos quatro anos, alcançando € 1,6 bilhão em 2018. O relatório diz que os fabricantes aceleraram os investimentos em P&D em plataformas de turbinas de última geração, lutando contra a compressão de novas unidades de vendas e a necessidade de reduzir ainda mais o custo de energia nivelada da energia eólica, de maneira que ele fique em abaixo de €15-20 / MWh.

A expectativa é que os fabricantes continuem seu ritmo intenso de lançamentos de novos produtos, incluindo turbinas terrestres de 7-8 MW com rotores de mais de 200m que devem estar disponíveis até 2025 e 20 MW em turbinas offshore com mais de 280m de rotores antes de 2030. O relatório aposta que mais de 90 novas turbinas onshore e offshore sejam lançadas nos próximos cinco anos pelos dez principais fabricantes.

De acordo com Shashi Barla, analista principal da Wood Mackenzie Power & Renewables, o diâmetro do rotor da turbina continua a ser o diferencial central do produto para fabricantes. Porém o impacto da expansão da lâmina vai pedir uma inovação contínua nas tecnologias de rotor, torre e trem de acionamento para dobrar curvas de custo e desempenho. A corrida para lançar uma turbina maior do que a concorrência vai seguir, com os recentes anúncios de produtos da SG 5.8-170 da Siemens Gamesa, superando a turbina V162-5.6 da Vestas.

Na eólica offshore, o custo da tecnologia, o equilíbrio dos equipamentos da planta e a instalação de embarcações para lidar com esses componentes de grande porte desempenharão um papel crucial nesse aumento. Os fabricantes devem trabalhar em conjunto com a cadeia de fornecimento para garantir que essas tecnologias possam ser desenvolvidas e implementadas de maneira econômica.

A expectativa é que a China, a Índia e os EUA liderem o mercado até 2028. As turbinas eólicas de classe IEC IV de vento ultrabaixo, dentro da classe 3.X MW, estão se tornando plataformas tradicionais na China. Novas linhas de transmissão no interior da Mongólia e Xinjiang estão aliviando o congestionamento da rede, permitindo assim que novos projetos eólicos continuem. Os fabricantes vão implantar as turbinas de classe IEC melhoradas nessas províncias.

O relatório diz ainda que há um forte interesse dos fabricantes ocidentais na Índia, já que os fabricantes locais enfrentam desafios. A maioria deles deverá migrar para a configuração de 3.0 MW com rotores de 145-155m nos próximos 12 meses. Segundo Barla, os mercados escandinavos foram os primeiros a adotar as tecnologias de turbinas eólicas de última geração. Dentro da região, a Finlândia foi o primeiro país a testar as tecnologias de última geração da Vestas, Nordex e Enercon. Ele espera que o desenvolvimento do mercado de PPA corporativo acelere a adoção de tal tecnologia.

O analista conclui ressaltando que a migração em massa para uma abordagem de desenvolvimento de plataforma de produtos vai aumentar o número de novas variantes de produtos personalizadas para regimes de vento específicos. Menores custos de desenvolvimento de produtos, flexibilidade na terceirização de componentes, relacionamentos mais fortes com fornecedores e maiores economias de escala resultarão em uma abordagem mais econômica a customização em massa. Para ele, isso vai atender às necessidades de aquisição global de desenvolvedores e proprietários de ativos.