Para analista das Bloomberg New Energy Finance, empresas que lideram esse processo já tem base de investimento no país em O&G
Por ser um país que recebe investimentos tanto da área de óleo e gás quanto na de energias renováveis, o Brasil pode concentrar os movimentos da petroleiras que começam a investir em energias renováveis. De acordo com James Ellis, Head de Latin American Research da Bloomberg New Energy Finance, como muitas petroleiras que estão ativas nessa direção como Total, Equinor e Shell investem bastante por aqui, o direcionamento será natural. “O Brasil vai ter grande parte dessa atratividade”, avisa
De acordo com Ellis, as iniciativas de descarbonização e transição energética estão de certa forma relacionadas com esses investimentos em renováveis que vem sendo feito pelas IOCs. Segundo ele, os deals de financiamento de ativos de energia limpa aumentaram ao passo que os custos de tecnologia recuaram e as empresas do setor de óleo e gás buscam alavancar a sua experiência em águas rasa e profundas para expandir para a seara de eólicas offshore. “O investimento da Total na energia solar e a atividade da Equinor em eólica offshore exemplificam bem essa tendência”, avisa.
Há a possibilidade de no futuro os investimentos em renováveis serem tão vultosos quantos de óleo e gás, mas isso não levará automaticamente a desinvestimentos na atuação principal das empresas, o petróleo. Ainda segundo Ellis, essas empresas estão sendo forçadas a reavaliar suas estratégias de longo prazo devido a já citada queda no preço das tecnologias renováveis pelas políticas que vem sendo adotados no mundo. Ele dá como exemplo a aquisição em 2011 da SunPower pela Total. Isso permitiu que ela executasse um grande número de projetos solares. Em 2017 o portfólio chegou a 1,6 GW com pretensão de investir mais ainda na fonte. Ela também quer instalar energia solar nos seus postos de abastecimento.
O head da BNEF citou ainda o fato da Petrobras ter admitido inserir no seu próximo plano de investimentos a energia renovável e os memorandos de entendimento que ela fechou com a Equinor e a Total para eólicas offshore e onshore, respectivamente.
Fonte: Agencia Canal Energia.