A elétrica portuguesa EDP anunciou planos para vender 2 bilhões de euros em ativos (2,3 bilhões de dólares) em Portugal e na Espanha e para levantar outros 4 bilhões de euros com um programa de rotação de ativos até 2022, o que financiaria sua expansão em energia renovável.
A EDP Energias de Portugal foi alvo de uma oferta de aquisição de 9 bilhões de euros apresentada pela China Three Gorges (CTG), mas o conselho da companhia rejeitou a proposta, vista como muito baixa. A oferta também sofreu oposição do acionista ativista Elliot Advisors.
Nesta terça-feira, a EDP apresentou uma atualização de seus planos estratégicos, prevendo 12 bilhões de euros em investimentos entre 2019 e 2022, com 75 por cento disso previsto para a América do Norte e a Europa.
“Nós vamos gerar mais de 6 bilhões de euros com recursos das vendas (de ativos) para reinvestir em renováveis e fortalecer nosso balanço”, disse a empresa.
“Se houver oportunidades, nós poderemos promover (desinvestimentos) de mais de 2 bilhões de euros”, disse o CEO da EDP, Antonio Mexia, em apresentação para analistas e investidores em Londres.
A venda dos ativos em Portugal segue algumas sugestões colocadas pelo investidor ativista Elliot, que lançou uma campanha em oposição à proposta da CTG sugerindo à EDP uma reorganização de seus ativos, mas o plano da empresa ainda fica aquém dos 7,6 bilhões de euros em desinvestimentos propostos pelo fundo.
Os 12 bilhões de euros previstos para investimentos, no entanto, parecem ir além das sugestões do Elliot, uma vez que a elétrica espera com isso acrescentar 7 gigawatts em capacidade renovável a seu portfólio global, além de investir em projetos de transmissão no Brasil, onde a empresa pretende manter sua exposição e pode até mesmo se expandir.
O fundo Elliot havia sugerido que, além de vender alguns ativos em Portugal e na Espanha, a EDP colocasse à venda também sua operação no Brasil, a EDP Brasil.
O diretor financeiro da EDP, Miguel Stilwell, disse que no Brasil a empresa busca “a melhoria contínua das operações” e está também “aberta à consolidação e oportunidades de crescimento com geração de valor”.
A elétrica, que tem realizado um programa de rotação de ativos, vendendo alguns ativos para comprar outros que possam oferecer retornos maiores, pretende colocar quase todo o investimento planejado em ativos regulados e projetos com contratos de longo prazo para manter um baixo perfil de risco.
Fonte: Reuters