A Petrobras planeja vender 15 de suas 26 térmicas, em processo de venda que deve começar a partir de 2020, como parte do programa de desinvestimentos e gestão de ativos, disse nesta quarta-feira a diretora-executiva de Refino e Gás Natural da companhia, Anelise Lara, após participar de seminário no Rio de Janeiro.
A escolha das 15 térmicas foi resultado de uma análise do portfólio da empresa, que optou ficar com aquelas que fazem mais sentido para ela, disse a executiva, ao participar de seminário sobre gás natural do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).
Em entrevista a jornalistas, ela disse também que a Petrobras pode participar do leilão A-6 de projetos de geração de energia elétrica, previsto para 17 de outubro, com entrega de energia em 2025.
“Olhamos sim (o A-6), pode ser em parcerias”, disse a executiva, explicando que a empresa poderá participar também como fornecedora de gás natural para projetos.
Os comentários de Lara ecoaram recentes notícias de que a Petrobras avalia criar uma subsidiária de geração de energia com seus ativos termelétricos e vender a unidade em uma oferta inicial de ações, conforme apontado em relatório de analistas da XP Investimentos, que tiveram conversa com executivos da petroleira na semana passada.
A companhia estatal opera um parque de termelétricas que somam capacidade instalada de mais de 6 mil megawatts, o que a coloca entre os maiores geradores de energia do Brasil, segundo informações do site da empresa.
Enquanto a Petrobras planeja reduzir sua participação no mercado de energia elétrica, outras gigantes do petróleo estão ampliando a presença em ativos do setor, como a anglo-holandesa Shell, grande parceira da estatal brasileira nos campos do pré-sal.
Também presente no evento, o presidente da Shell no Brasil, André Araujo, ressaltou a estratégia da empresa de olhar projetos de energia elétrica em todo mundo e disse que poderá avaliar as térmicas da Petrobras quando forem colocadas à venda.
“Mercado de eletricidade é estratégico para a Shell agora, considerando a necessidade de eletrificação no mundo. Essa é uma tendência e a Shell vai procurar sem dúvida um espaço nesse setor”, afirmou.
O executivo também afirmou que estão avaliando participação no A-6, com “um time dedicado”, mas ressaltou que ainda não há definição sobre a presença no certame.
A Shell anunciou em fevereiro um acordo para ter 29,9% da termelétrica Marlim Azul, que será construída no Rio de Janeiro e ainda tem como sócios Mitsubishi Hitachi Power Systems e Pátria Investimentos.
Fonte: Reuters